O blog

No blog Nossa Bibliotequinha reúno histórias infantis para serem trabalhadas com as crianças em sala de aula, em casa ou em projetos pedagógicos. As histórias contidas no blog foram coletadas na internet (como domínio público) e reunidas a fim de facilitar o uso diário de profissionais da educação e pais ou responsáveis pelas crianças. Estou completamente aberta à sugestões e críticas CONSTRUTIVAS. Se for encontrado no blog qualquer erro de ortografia, irregularidades ou histórias que estão em desacordo com os direitos autorais, peço que entrem em contato comigo para que eu possa imediatamente corrigir, ou excluir a postagem. Torço para que este blog seja uma ótima ferramenta de trabalho para todos.

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11 agosto 2013

O pai, o filho e o jumento





"Em pleno calor do dia, um pai andava por estradas desérticas junto com seu filho e um jumento. O pai estava sentado no animal, enquanto o filho o conduzia, puxando a montaria com uma corda.

- "Pobre criança!", exclamou um passante, "suas perninhas curtas precisam esforçar-se para não ficar para trás do jumento, como pode aquele homem ficar ali sentado tão calmamente sobre a montaria, ao ver que o menino está virando um farrapo de tanto caminhar".

O pai refletiu sobre este comentário, desmontou do jumento logo adiante e colocou o menino sobre a sela. Porém não passou muito tempo até que outro transeunte erguesse a voz para dizer: - "Que desgraça! O pequeno fedelho lá vai sentado como um sultão, enquanto seu velho pai corre ao lado".

Esse comentário muito magoou o filho e ele pediu ao pai que montasse também no burro, às suas costas. Entretanto logo adiante: - "Já se viu coisa como essa? Tamanha crueldade para com os animais! - resmungou uma mulher usando véu. "O lombo do pobre jumento está envergado, e aquele velho que para nada serve e seu filho abancaram-se como seu o animal fosse um divã, pobre criatura!"

Os dois, alvos dessa amarga crítica entreolharam-se e, sem dizer qualquer palavra, desmontaram. Entretanto mal tinham andado alguns passos quando outro estranho fez troça deles ao dizer: - "Graças a Deus que eu não sou tão bobo assim! Por que vocês dois conduzem esse jumento se ele não lhes presta serviço algum, se ele nem mesmo serve de montaria para um de vocês?"


O pai colocou um punhado de palha na boca do jumento e pôs a mão sobre o ombro do filho e disse: "Independente do que fazemos, sempre haverá alguém que discorda de nossa ação".


Fonte da imagem: Internet
Autor desconhecido

03 agosto 2013

O Pardal e o Rato



Era uma vez um rato que todos os dias ia comer a um restaurante. Bom, onde ele comia era no contentor do lixo do restaurante, o que não é bem a mesma coisa...
Quem também lá aparecia quase sempre, à cata de acepipes, era um pardal saltitante e otimista.
Às vezes, um homem, pobre e velho, também se abastecia no caixote, à procura de folhas de couve e cascas de fruta, para alimentar dois coelhos de estimação, que não eram esquisitos de boca.
Assim que o homem chegava, o pardal voava e o rato fugia, mas não voavam nem fugiam para muito longe, porque o caixote, ao fim e ao cabo, chegava para todos.
E a história podia ficar por aqui, se nós não soubéssemos que o restaurante teve de fechar, por falta de clientes. Não os do contentor, já se vê...
- A casa vai mudar de ramo - informou o pardal, que sabia sempre as últimas.
- Mudar de ramo"? Então as lojas também voam de árvore em árvore? - perguntou o rato, que sabia muito pouco.
- Não me faça rir, senhor rato - e o pardal riu-se. - Mudar de ramo quer dizer mudar de atividade. Em vez de um restaurante, vão lá pôr uma loja de ferragens.
- Talvez também tenha um bom contentor - lembrou o rato.
- Não me faça rir - e o pardal riu-se. - Na loja de ferragens há martelos, serras, pregos, parafusos, chaves, fechaduras e... armadilhas para pardais e ratoeiras para ratos...
- Que horror! - arrepiou-se o rato. - Assim vamos morrer de fome.
- Não me faça rir - e o pardal riu-se. - Eu não conto morrer de fome.
- Então o que é que vai fazer?
- Também vou mudar de ramo, isto é, vou voar para outra árvore, que fique perto de outro restaurante. Quem nos pode dar uma ajuda é esse homem que aí vem, à procura de folhas e de cascas.
- O quê? Ele tem um restaurante? - estranhou o rato.
- Não me faça rir - e o pardal riu-se. - O que ele tem é muita prática de contentores. Se formos atrás dele, havemos de encontrar um que nos agrade.
Assim fizeram. Um pelo ar e o outro pelo chão, seguiram disfarçadamente o homem. E muito se admiraram que a cidade fosse tão grande, os contentores tão abundantes e os restaurantes em tão grande número.
- E não vão todos, de um dia para o outro, transformar-se em lojas de ferragens? - perguntava o ingênuo do rato.
- Não me faça rir - e o pardal riu-se. - Até que o meu amigo se veja obrigado a comer limalha de ferro e rolos de arame, ainda há-de saborear muita paparoca gostosa. Não pense em desgraças e aproveite o que há, enquanto há.

Este pardal era, realmente, um otimista.

29 julho 2013

A fábula do rato e da ratoeira



Olhando por um buraco da parede o ratinho viu que os donos da casa tinham comprado uma caixa grande. Ficou muito curioso e pensou:
- O que será que tem ali de bom para eu comer? Quando olhou mais atentamente, notou que o embrulho continha uma ratoeira.
O ratinho ficou preocupado, afinal uma ratoeira é para pegar ratos e eu sou um rato... Ato contínuo saiu correndo e no caminho encontrou com a galinha; apressado, falou:
- Nós estamos correndo um sério risco! Os donos da casa compraram uma ratoeira.  Como vamos resolver esse problema?
A galinha respondeu:
- Não vejo nenhum problema. Nunca vi alguém pegar galinhas com ratoeira. O senhor é quem deve estar um pouco preocupado, até porque eu não fico lá dentro da casa comendo a comida deles, nem fico me esgueirando pelos cantos. Sou uma pessoa importante nesta casa, eu dou ovos diariamente.
E, assim falando, saiu toda imponente ciscando o chão.
O rato viu que não  tinha jeito de convencê-la e saiu correndo em desabalada carreira. Correu, correu e encontrou-se com o porco. Quase sem fôlego falou:
- Olha, o problema é bastante sério, compraram uma  ratoeira! O que é que a gente vai fazer?!... A galinha nem ligou...
O porco pensou um pouco e depois respondeu:
- Meu amigo, o que é que eu tenho com isso? Eu fico quase o dia todo preso  no cercado! Além do mais, o porco é — dentro do reino animal — um bicho importante,  quase que reverenciado! Eles precisam de mim, não vê como sou bem alimentado? E ninguém pega  porco com uma ratoeira... O senhor é que deve estar preocupado. Vou fazer o seguinte: sempre que eu orar vou pedir por você, orando que sua morte seja rápida...
Desesperado o rato continuou correndo e encontrou-se com a vaca que descansava debaixo de uma árvore frondosa. Chegou perto dela mais cauteloso e falou:
- Senhora vaca, compraram uma ratoeira! A fazenda toda corre risco! Eu falei para a galinha, mas ela nem ligou. O porco riu de mim... E quanto à senhora, pretende fazer o quê?
Respondeu a vaca:
- Eu??? E eu tenho alguma coisa a ver com uma ratoeira? Nunca ouvi falar que uma vaca tenha sofrido algum tipo de constrangimento por uma ratoeira! Acho que o preocupado aqui é você... Eu não tenho nada com isso! Se eu fosse você corria e me escondia. Onde já se viu uma vaca ter medo de uma ratoeira, logo o bicho mais importante do reino animal...

E o rato então, preocupado e sem ninguém para ajudar, escondeu-se num cantinho e lá ficou quieto.  Nesta noite ouviu-se um grande barulho. A ratoeira tinha funcionado... Os donos da casa se levantaram. A senhora foi rápido, no escuro, para matar o que houvesse sido preso. A ratoeira pegara uma cobra pelo rabo; era uma cobra muito venenosa e o bicho, vivinho da silva, picou a mão da senhora. E ela começou a ficar muito doente, com muita febre. Seu marido, preocupado porque ela estava com muita febre, mandou matar a galinha e fazer uma boa canja. Uma canja bem grossa é ótima quando a pessoa está com febre. Mas a senhora não melhorava e teve que ser hospitalizada. Ficou no hospital durante uma semana. Vários parentes e amigos vieram visitá-la. O marido, sem saber como alimentar toda aquela gente que não parava de chegar, mandou matar o porco. Infelizmente, após uma semana senhora veio a falecer. A despesa com o enterro foi muito grande, e o marido viu-se forçado a matar a vaca e vender todos os pedaços para honrar os compromissos assumidos com o falecimento.